"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

domingo, 28 de junho de 2015

Escrever, a pausa de uma vida

Não é de agora que existe a necessidade em mim de escrever. Acredito que é algo que nasceu comigo. E como tudo o que nasce, tem a necessidade de crescer.

Dou por mim, em viagens ou em momentos mortos de vivência social a "escrever" mentalmente, criando as histórias que a minha mente vai divagando entre frases soltas e humores frios ou jucosos. Há pouco mais do que um ano fui desafiado a criar algo mais coeso, mais preso a uma linha de história e com um carácter mais sério.
Foi prontório o meu sim. Nada melhor do que um desafio que te fará repensar e melhorar num hobbie que faz bem ao que tu és. 


Para mim escrever é aquele momento de paragem completa. O mundo em redor encrava no "STOP" e fica só eu e a minha mente, recheada de ideias pixalizadas e pronta a assumir o controlo da escrita. Quando se escreve, seja sobre gregos, troianos, bancos, futebóis, amores perdidos ou até mesmo quando é a cabeça que cria a história é importante ser o mais meticuloso possível. A escrita pode ser o nosso cunho, as nossas palavras serão as melhores armas, as mesmas que tem tudo para criar as melhores memórias. Mas acima de tudo pode ser o nosso escape, o ápice onde és rei num mundo intocável por outros. Não há problemas nem stresses de maior importância ... importa aquilo que sempre te acompanha, a consciência que te torna único.

Confesso que o projecto é quase como uma peregrinação. Nunca pensei que uma história que tão brilhantemente viaja na nossa cabeça nos consegue deixar sozinhos e sem capacidade de a conseguir transmitir em palavras. Escrevi freneticamente, tirei tempo sabático sem ler uma única letra do que fiz e entre tempos lá abria o ficheiro para saber o que um outrora lunático tinha por lá deixado. Acredito que um verdadeiro escritor saboreie muito isto no seu processo de criação, num momento em que me arrisco em tentar ser como um deles.

Apesar de já ter o fim planeado a viagem parece longe de estar terminada. Aprendi que por vezes o segredo está mesmo na viagem, aquela que me foi desafiada. Talvez um dia eu termine o "livro" e o lance para o mundo ver. O resultado pode não ser para o público aplaudir e fazer lembrar o seu autor, mas deu para o rapaz evoluir. 

O caminho da escrita faz-se sozinho, porque se for preciso as palavras ocupam o lugar do passageiro.