"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Voos TAP(ados)

Frank Sinatra cantava "come fly with me" ... pois bem, se estivesse vivo e agora escolhesse a TAP já não teria tanta certeza da ideia ...
Continua a greve dos pilotos da TAP fazendo com que os aeroportos tenham quase gente nos seus corredores como o Continente e o Pingo Doce tiveram no dia 1 de Maio.

Apesar da companhia aérea afirmar que está a garantir 70% dos voos previstos, o que é certo é que as filas de espera não ficam mais pequenas e cada vez mais pessoas vai perdendo tempo e dinheiro aguardando um voo que pode não chegar tão cedo. 

A paralisação de 10 dias tentou ser travada a todo o custo por estar em causa "danos incalculáveis". Negociações entre o Sindicato dos pilotos não definiu um melhor cenário e nem com o Governo a intervir as coisas mudaram. Esta última parte também não surpreende muito, algo a correr bem com o Governo a ter o seu toque seria esquisito ...

Mesmo com a DECO a apelidar de "ilegal" a decisão da TAP de não reembolsar os passageiros não fez com que esta paralisação ocorresse. Estamos perante uma situação delicada, sem dúvida. Começamos a ter a noção que há determinados braços de ferro que as altas entidades não são capazes de vencer e deixa em cheque quem está na frente dos efeitos secundários. Há uma injustiça que reina porque quem compra um bilhete seja para uma viagem de recriação pessoal ou que depende da mesma para efeitos profissionais não tem culpa de incidências e problemas que os pilotos possam ter ... tal e qual como uma greve nos transportes públicos o meio termo existe e fica incompreensível no panorama geral.

Não consigo bem imaginar o que sentem as pessoas nos aeroportos, mas posso imaginar tendo em conta a minha experiência em estar em greves dos transportes públicos.
"Dia 3.
Continuo a olhar para o quadro de voos. Ainda aparece muito a palavra suprimido. Que treta!
Já estou a ficar farto de comer aquilo que tem nas máquinas e o senhor que dorme na cadeira ao lado já cheira a catinga e a pouca higiene pessoal. Será assim tão complicado um voo para Milão? Era menino para tentar pilotar aquilo ... já joguei na consola e é coisa para aprender na boa.
Olha, mais um voo suprimido, agora para a Madeira. Nem perdem muito, aquilo sem o Jardim também já perdeu a sua piada.
Espera, há alguma azáfama! Está a passar um piloto! Loucura!! Ah, espera, não afinal veio só buscar o carro ao estacionamento para levar as assistentes de bordo ... É continuar a esperar. Já não tenho bateria no telemóvel, sempre que tento chegar a uma tomada é inútil porque só há nos balcões de informações que mais parecem um remake do "Hunger Games" ou nos cafés que estão cheios de pessoas que procuram um sitio mais confortável para aguardar pelo voo.

Tenho mais 7 dias pela frente e curiosamente tenho cada vez menos gente ao meu redor. Não porque já tenham apanhado o seu voo, mas porque acredito piamente que uns andam a comer outros mais fracos ... aposto que até já nasceram bebés com esta greve.
Rezem por mim".

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