"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Rescaldo de '14 e Votos para '15




“2014 foi para mim como uma montanha russa , muitos altos e baixos intercalados por curtos espaços de tempo. O ano acaba em alta e espero que seja uma boa premonição para o ano que vem, mais aventuras, mais boas experiências e mais maturidade para encarar as adversidades. Desejo a todos os seguidores do crónicas em branco umas boas entradas e um feliz ano novo!”

Pedro Oliveira




“2014: Austeridade manteve-se, Eusébio deixou-nos, um banco caiu, os Espírito Santo andam às turras, a Troika saiu, o Mundial aconteceu mas Portugal não compareceu, aprendemos a dizer “Legionella” e “Ébola”, a prisão de Évora ganhou um engenheiro nos seus aposentos e aviões desapareceram ... resumo feito, não precisam de agradecer.
Este ano que agora tem o seu termo foi de aprendizagem para mim, de consolidação pessoal com o alcançar de algumas metas que me deixam orgulho. Foi ano de recompensar quem está comigo desde sempre. Espero que 2015 seja desafiante, que me torne ainda melhor e que saiba premiar o esforço de todos. Quanto ao nosso Crónicas quero acreditar que será o nosso ano. Para todos que nos acompanham desejo boas entradas e um feliz 2015!”

Daniel Teixeira




“Nós, jovens, tivemos um bom 2014? Sim? Não? Mais ou menos? O meu ano tendeu para a terceira opção. Não posso dizer que tenha sido mau, mas também não foi perfeito.

Do lado negativo, vejo a descrença no nosso país. O futuro está incerto. Queremos construir um caminho próprio e cimentar o melhor percurso possível para a nossa vida. No entanto, as dificuldades para tal são cada vez maiores. É como se um muro estivesse a ser erguido no meio da estrada e a sua altura não tivesse fim e, por mais que escalemos esta estrutura, questionamo-nos se seremos capazes de transpor tal obstáculo.

Apesar de tudo, é fulcral que não percamos a esperança. Também eu pensei que a minha luta estava a ser em vão mas, no final, encontrei um pouco de luz para me ajudar a seguir o meu próprio caminho. Não era a luz que mais procurava, contudo, ajudou-me a acreditar que nem tudo é negro naquilo que o futuro me reserva.

Por estes motivos, desejo que todos os jovens consigam encontrar a mais pequena luz no seu caminho. Que esta vos dê força de vontade para continuar a escalar este muro que foi colocado contra a vossa vontade. É preciso lutar por um futuro melhor. Não podemos desistir já dele.”

Fábio Silva




“Acordar numa nova realidade, num outro mundo, com outro público, outro espectador, outro consumidor, uma nova utopia. Com gente modesta, seres que convivem a cheirar o ar que vento nos traz com o cheiro das árvores e não o cheiro a fechado, a escritório, a quarto ou sala, a luz artificial, a flashes. Novos ideais para o Homem, tecnologias com outros focos, um mundo melhor. Um novo 2015. Um Feliz Ano Novo.”

Filipa Alves



Para dar a conhecer 2014 aos mais distraídos, decidi fazer uma espécie de lista:

Foi o ano da ébola e da Legionela; o ano em que vimos partir nomes como Gabriel García Márquez, Robin Williams e até Eusébio; ano das greves na TAP, dos aviões da Malásia desaparecidos e dos russos em território nacional; ano da Crimeia, dos Russos vs. Ucranianos e dos Jihadistas; ano do bloqueio do Citius, do atraso no arranque do ano escolar e da Tecnoforma; ano em que António Costa assume a liderança do PS e José Sócrates é detido; ano em que o SLB se sagra campeão nacional mas perde a Liga Europa para o Sevilha, o Real Madrid ganha a Liga dos Campeões e a Alemanha se sagra campeã Mundial; ano em que o rei Juan Carlos da Espanha abdica do trono, dando lugar ao filho, e em que se celebrou o centenário do início da Primeira Guerra Mundial; o ano em que Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi ganharam o Nobel da Paz, em que o filme “12 Anos Escravo” ganhou o óscar de melhor filme e em que, por alguns dias, “todos fomos macacos”; ano dos vídeos, alguns desastrosos, dos banhos públicos/gelados/solidários.

Mas Senhores e Senhoras, Damas e Cavalheiros, Meninos e Meninas, o ponto alto do ano de 2014, para mim, foram os 7 que o Brasil enfardou da Alemanha!

Ania Santos



2014 foi um bom ano... Tivemos o Marinho Pinho e o seu movimento que mais parece um pseudo partido de notáveis, tivemos o regresso do Secret Story, tivemos o Ronaldo e a sua estátua na Madeira, tivemos a Cristininha a metida em mil e um projetos... e até tivemos direito às atenções da Legionella e dos BES – agora Novo Banco. 2014 foi realmente um ano maravilhoso, cheio de criatividade! Bem... pelo menos, já não tivemos o Cavaco Silva a dizer que a sua reforma não chega para pagar as suas despesas. E assim, preferiu-se fazer caridade despejando baldes de água gelada uns nos outros. Quer dizer, uns por caridade, outros por jantares pagos vá-se lá saber por alma de quem!
Posto isto, desejo a todos os leitores do Crónicas em Branco um – ainda mais – criativo 2015! Repleto de muito trabalhinho, saúde e amor. Repleto de esperança e optimismo. Pois só com estes ingredientes é que o país é capaz de se endireitar. Feliz Ano Novo!

Rute Rita Maia

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O Amor visto antes e depois


Durante muito tempo, desejamos vir ter a nosso lado a pessoa dos nossos sonhos. Aquela cuja beleza encaixa como que na perfeição em todos os nossos ideais e requisitos. Que nos fará ficar sem fôlego cada vez que a olhamos. Aquela última peça do puzzle que nos seduz a cada instante, quase sem dar por isso. Quase espontaneamente e de forma muito natural. Durante muito tempo, desejamos ter a nosso lado esse prémio por todos os maus amores do passado, essa recompensação por todas as vezes que outros nos amaram apenas pela metade, e não em um todo. Desejamos aquela pessoa com sonhos compatíveis com os nossos, se não os mesmos. Acreditamos que terá uma personalidade também ela compatível. Que nos acompanhe em todos os cafés da manhã, que nos leve aonde sempre quisemos ir, que se deite connosco e nos faça esquecer o mundo enfadonho que existe lá fora. Que nos agarre por entre os lençóis como se o amanhã demorasse a chegar e como se o tempo fosse algo que pudessemos desperdiçar. Durante muito tempo, sonhamos acerca do primeiro encontro. Do primeiro beijo. Da primeira vez juntos. E durante outro tanto tempo, idealizamos que essa pessoa, esse ser celestial que nos caiu nos braços por desígnio do destino, seja tudo aquilo que sempre quisemos que ela fosse.
No entanto, há medida que os anos passam e entramos na vida adulta, deixamo-nos de todas essas merdas. Hoje sabemos que a pessoa que a pessoa dos nossos sonhos não existe. Pelo menos, não é essa que sempre idealizamos. A pessoa que ficar ao nosso lado, não o vai fazer por ter feitios, aspirações ou ideias iguais às nossas. Vai fazê-lo porque os nossos estilos de vida, embora diferentes, se compreendem mutuamente e se aliam um ou outro, tirando sempre o melhor dos dois sentidos. São aliados. Isso sim. A pessoa que ficar ao nosso lado, não o vai fazer por obra do destino ou do Espírito Santo. Isso não existe. Vai fazê-lo por quer. Isso sim. Porque poderia perfeitamente tomar mil e um cafés pela manhã com qualquer outra, mas prefere tomar connosco. Ela não nos vai levar onde sempre quisemos ir. Na melhor das hipóteses, vamos juntos descobrir sítios que nunca imaginaríamos que nos preenchessem. O que nos vai seduzir não é com certeza a sua beleza exterior, mas sim a sua visão do mundo. A forma como se vê a si, aos outros e a nós, claro. O mais engraçado é que ela não nos vai fazer esquecer o mundo lá fora. Ao invés, ela vai colocar-nos nessa selva e, sem saber, vai nos dar ferramentas para enfrentar as grandes feras. Como o medo, o egoísmo, a saudade. O egoísmo... Nada será bondoso nessa relação. Mas sim egoísta. Porque a receberemos no seu todo. Peça por peça. E nunca pela metade. Ela vem toda e vem nua. Livre de enigmas. Os quais saberemos como desvendar. Não haverá medo do silêncio nem da distância. Porque nos fortalecem, apesar de tudo. Não haverá medo de que ela nos fuja, por entre os pecados por esse mundo fora. Porque ela é nossa, de um jeito tão umbilical que ninguém a conseguirá deter por muito tempo. Está nos seus cromossomas. Está na sina do dia a dia. O pecado não é algo que nos espreite à janela de quando em vez. Ela é o nosso pecado. Deitamo-nos com ele e eles dá-nos a tranquilidade – nada celestial – de que por mais voltas que o planeta dê, ela ficará sempre connosco. Não porque esteja escrito nas estrelas, mas porque ela quer.
À medida que os anos passam vou-me apercebendo que as pessoas buscam o oposto do que devem nas relações. Criam expetativas ilusórias. Jogam-se sem saber muito bem porquê, como se a vida fosse um circo e alguém detivesse em sua posse, num recanto bem escondido, a bola da sorte que nos detém. Tudo isso são grandessíssimas balelas, em que só acreditam as almas pobres. Aquelas que procuram tudo o que possa haver no outro e se esquecem que a compatibilidade da alma não se procura. Encontra-se. E isso é matéria que não se explica. Que não se premedita ou antecipa. Não se adivinha. Não se projeta. Não se sonha. Ela simplesmente acontece. Se nos pusermos a jeito para a ver. Agora abre os olhos.


Rute Rita Maia, 30 de dezembro de 2014

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Natal: Última chance

"Jovem, apercebeste-te hoje que daqui a umas horas é o jantar de Natal e não compraste prendas? Nada temas, tens concerteza um shopping perto de ti! Prepara a tua roupa mais almofadada, os teus ténis mais confortáveis, escreve o teu testamento, diz aos teus pais que os amas muito e vem tentar a tua sorte para comprares aquela prenda especial que pode muito bem vir a ser trocada uns dias depois porque a pessoa não gostava dela!!!"

Esta era a mensagem sonora que todos os shoppings deviam anunciar neste dia, 24 de Dezembro. Todos nós conhecemos a história e é inevitável todos os anos. Apesar de todos os fins de semana deste mês os shoppings e ruas serem inundadas de gente à procura de presentes há sempre aqueles com o pensamento totalmente positivo "hum, eu depois dia 24 de manhã passo aqui e levo".


Eu defendo isto como sendo um desporto radical de alto risco. Aliás, acredito até que há pessoas com marcas de outros Natais onde as prendas foram compradas em outros dead-lines e que se orgulham do feito. "Estás a ver esta cicatriz Dulce? Natal de 2012. Uma cabra queria aquela blusa da Bershka que comprei para a Inês e mordeu-me a ver se a largava ... veio de arrasto até ao balcão. Mas sim, estou melhor do joelho do Natal passado, mas a culpa era do salto alto que levava calçado. Não tinha nada que partir e pronto, lá levei com as pessoas a pisarem-me na secção dos pijamas na Primark".

Claro que há pessoas que fazem as compras atempadamente, com noção das filas, confusão e azáfama que podem evitar ... mas que piada é que isso tem? Ser responsável? Poupem-me ...
Gostava imenso de continuar com esta crónica, mas escondi uma camisa na Springfield no fim dos cabides a loja e vou ver se dou lá um pulinho rápido para a comprar. É só fechar o portatíl, pegar no martelo que o meu pai tem na dispensa e estou apto a rumar ao shopping.

Em nome de todos dos cronistas do Crónicas em Branco desejamos a todos um excelente Natal!