"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
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sábado, 1 de junho de 2013

"Champions" radiofónica

E lá acabou um ano de "Champions League" na TVI ... Ufa!


Confessamos que é difícil arranjar começo para tanta barafunda. Mas vou tentar.

Primeiro, há que contextualizar. A RTP decidiu não concorrer aos direitos de transmissão da mais conhecida competição de futebol (de clubes) do mundo. Isto foi o início do fim. E porquê? A RTP tinha evoluído: com o Euro 2012, começou a transmissão do desporto-rei em formato 16:9 – para os mais desatentos, deixo a informação que os plasmas e LCD’s não engordam as pessoas; a culpa é do formato de emissão do canal –, com alta-definição e equipas de comentadores minimamente competentes.

Ora, a saída da RTP da corrida à "Champions", criou a oportunidade de um outro canal emitir o torneio. E qual foi o sortudo a conseguir? Um canal cuja especialidade é transmitir programas de qualidade: telenovelas, festas populares (não no sentido literal, mas sim “pimba”) e reality shows que desafiam a ignorância de todos.

A TVI primou, claramente, pela diferença e teve aspectos que não lembram nem ao menino Jesus (e não tou a falar daquele que falhou o “tri”).

Primeiro, esquartejou a imagem. Isto é, aquilo que antes era 16:9 HD passou a momentos de pura frustração quando a bola era passada para o guarda-redes e teimava em desaparecer do ecrã.

Com esta mutilação do espetáculo, nem os mais distraídos reparavam quando um senhor – também conhecido por Fernando Correia – se lembrava que o Pepe era, afinal, Coentrão; que James deixava o ardente latinismo para se transformar no europeu Defour; ou quando não se distinguiam jogadores da mesma nacionalidade e Gaitan era Salvio. Melhor ainda era quando um jogador atacava para a equipa contrária). Isto foi um “must” sempre!

Um jogo na TVI sem 4 ou 5 erros de jogadores não era igual. Mas ter um comentador que se engana e fala como se estivesse a ser o único a ver o jogo não é suficiente, junta-se um ex-futebolista: Dani.

Percebemos a escolha, se há jogador que gosta de jogar “à noite” é o Dani. De resto diz o que uma pessoa vê. “O Ronaldo é bom nestas situações bem. Remata bem, cabeceia bem”. Exato, assim não se engana caso ele marque com os pés ou a cabeça.

Mas as pérolas são aqueles momentos em que há falta e, para não dar (ainda mais) barraca, eles chutam para canto e dizem que depois o Henriques analisa. Entrada por trás merecedora de vermelho? O ex-árbitro analisa no especial exclusivo da TVI24.

Já íamos esquecendo esse clássico dos jogos na TVI. Quem não se recorda de ser lembrado, relembrado e re-relembrado (por volta de 42 vezes durante a emissão) que “pode ver o encontro no site da TVI nas aplicações móveis da TVI”.

Depois de ver uma final da Taça de Portugal na RTP, só apetece chorar. Não um chorar de alegria ou tristeza pelo resultado, mas um chorar por saber que tão cedo não volto a ver uma transmissão tão boa. Até à final da Taça de 2014 teremos que levar com a incompetência da TVI e as palas vermelhas da SIC.

“E disse Jesus para o céus:
- Perdoa-lhes pai, pois eles não sabem o que fazem.”

Nunca pensamos em “acarditar” em Jesus mas, em matéria de TVI, ele está tão certo como quando manda três jogadores fazerem um quadrado.



Daniel Teixeira e Fábio Silva

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