"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Crónicas em Branco - Jogo do STOP

Aqui fica mais um sketch levado a cabo por cronistas deste espaço.
Daniel Teixeira e Fábio Silva criam assim a partir de um texto da autoria de Frederico Pombares e Henrique Dias.
Disfrutem do "Jogo do STOP".


quinta-feira, 13 de junho de 2013

O valor da “caixa”

É sempre um desafio conseguir saber a verdadeira intenção de uma imagem acompanhada de um texto ditada por um profissional. Não é um de nós, comuns, a ler algo que conhecemos e detemos como verdadeiro. É alguém que já investigou o assunto e que talvez já formou uma opinião camuflada do mesmo. Que intenção terá este ao passá-la para o aparelho que soa em várias divisões? É visível, que no dia seguinte, o espectador manifesta-se, às vezes não espera as 24 horas para ir para um transporte e entrar na personagem “comentador” com o passageiro do lado. O impacto também passa pelas refeições, quando pousamos o garfo para prestar atenção a algo que nos desperta os sentidos. Aí alimentamos a notícia e esperamos que esta desapareça até que surja outra não tão viral. Como se fosse a pirâmide alimentar da primária, do mais importante para o menos. Semelhante ao alinhamento do jornal; à escolha das fontes; à estrutura de poder numa redação. Um dia, na América dos anos 50, um grupo de jornalistas inverteu esta estrutura. A CBS mudava o sentido que sempre dera à televisão. Um pivô passou para o “lado de cá” duas versões diferentes de um caso sufocado de tão encoberto. Por merecer a verdade, a sociedade foi alertada através do relato de crimes contra comunistas que afinal também são “comentadores”. A palavra de um Senador contra o senhor com o cigarro que queima em direto. Esta última figura, segura de si, não teme o preocupado o diretor executivo, a falta de patrocínios e o primeiro poder democrático. Teme sim a intenção dos media. De seu nome Edward Roscoe Murrow, “Ed” na redação, opôs-se pelos direitos civis e consigo levou um grupo de amigos imparciais cuja paixão aliada ao nervosismo evidenciava-se quando estavam “no ar”. Queriam ser os primeiros a desvendar que o meio não só enche os lares de anúncios mas pode também viver da contagiosa informação. Sem tomar partidos, esperaram por críticas até o bar quase fechar. A reação dos espectadores disparou o prazer do trabalho mas a sombra amarga da publicidade fez com que o programa mais tarde terminasse. Contudo, aquele momento em que público presenteou uma investigação ao Senador e o fim de denúncias inusitadas, tornou o dever cumprido. Esta comunidade jornalística, dona de um dialeto próprio em circuito fechado, marcou um período.
Assim, as opiniões acomodam-se em prol do jornal das 20 horas apresentado por um estranho com tamanha postura que nos parece credível.
Afinal o que é a televisão? Um espetáculo de luzes, cores vibrantes e falas persuasivas numa decadência rotineira? Ou, como diria “Ed” em 1958, a televisão pode também ensinar, elucidar e inspirar, desde que os humanos a usem para esse fim?
Toda a exaltação da importância das ideias e da informação continua a jogar com as nossas mentes com o intuito de ganhar e termina quando se ouve um “Boa noite, e boa sorte”.
Filipa Alves

Crónica do filme “Good Night, and Good Luck”

sábado, 1 de junho de 2013

"Champions" radiofónica

E lá acabou um ano de "Champions League" na TVI ... Ufa!


Confessamos que é difícil arranjar começo para tanta barafunda. Mas vou tentar.

Primeiro, há que contextualizar. A RTP decidiu não concorrer aos direitos de transmissão da mais conhecida competição de futebol (de clubes) do mundo. Isto foi o início do fim. E porquê? A RTP tinha evoluído: com o Euro 2012, começou a transmissão do desporto-rei em formato 16:9 – para os mais desatentos, deixo a informação que os plasmas e LCD’s não engordam as pessoas; a culpa é do formato de emissão do canal –, com alta-definição e equipas de comentadores minimamente competentes.

Ora, a saída da RTP da corrida à "Champions", criou a oportunidade de um outro canal emitir o torneio. E qual foi o sortudo a conseguir? Um canal cuja especialidade é transmitir programas de qualidade: telenovelas, festas populares (não no sentido literal, mas sim “pimba”) e reality shows que desafiam a ignorância de todos.

A TVI primou, claramente, pela diferença e teve aspectos que não lembram nem ao menino Jesus (e não tou a falar daquele que falhou o “tri”).

Primeiro, esquartejou a imagem. Isto é, aquilo que antes era 16:9 HD passou a momentos de pura frustração quando a bola era passada para o guarda-redes e teimava em desaparecer do ecrã.

Com esta mutilação do espetáculo, nem os mais distraídos reparavam quando um senhor – também conhecido por Fernando Correia – se lembrava que o Pepe era, afinal, Coentrão; que James deixava o ardente latinismo para se transformar no europeu Defour; ou quando não se distinguiam jogadores da mesma nacionalidade e Gaitan era Salvio. Melhor ainda era quando um jogador atacava para a equipa contrária). Isto foi um “must” sempre!

Um jogo na TVI sem 4 ou 5 erros de jogadores não era igual. Mas ter um comentador que se engana e fala como se estivesse a ser o único a ver o jogo não é suficiente, junta-se um ex-futebolista: Dani.

Percebemos a escolha, se há jogador que gosta de jogar “à noite” é o Dani. De resto diz o que uma pessoa vê. “O Ronaldo é bom nestas situações bem. Remata bem, cabeceia bem”. Exato, assim não se engana caso ele marque com os pés ou a cabeça.

Mas as pérolas são aqueles momentos em que há falta e, para não dar (ainda mais) barraca, eles chutam para canto e dizem que depois o Henriques analisa. Entrada por trás merecedora de vermelho? O ex-árbitro analisa no especial exclusivo da TVI24.

Já íamos esquecendo esse clássico dos jogos na TVI. Quem não se recorda de ser lembrado, relembrado e re-relembrado (por volta de 42 vezes durante a emissão) que “pode ver o encontro no site da TVI nas aplicações móveis da TVI”.

Depois de ver uma final da Taça de Portugal na RTP, só apetece chorar. Não um chorar de alegria ou tristeza pelo resultado, mas um chorar por saber que tão cedo não volto a ver uma transmissão tão boa. Até à final da Taça de 2014 teremos que levar com a incompetência da TVI e as palas vermelhas da SIC.

“E disse Jesus para o céus:
- Perdoa-lhes pai, pois eles não sabem o que fazem.”

Nunca pensamos em “acarditar” em Jesus mas, em matéria de TVI, ele está tão certo como quando manda três jogadores fazerem um quadrado.



Daniel Teixeira e Fábio Silva

Chamada para o Mónaco


 


E no meio de tanto alvoroço com as contratações feitas pelo AS Mónaco, o "Crónicas em Branco" teve acesso a uma conversa telefónica entre o Presidente Rybolovlev e alguém que afirma ser o reforço necessário para o sucesso do clube monegasco ...