"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O bis de Vítor Pereira



E assim termina mais um campeonato português onde o FC Porto conquistou o seu 27º título, o seu 3º consecutivo e o 2º da vida de Vítor Pereira.
Perdoem-me a falta de imparcialidade mas vou falar como portista, como alguém que sente e vibra por este clube e que como muitos rodeados pelo Mundo viram este campeonato e têm a sua opinião.

Eu não sou apoiante de Vítor Pereira, no entanto foi ele o “obreiro” do título como diz Pinto da Costa. Por muitos defeitos que ele possa ter em dois anos perdeu apenas um jogo a nível interno e isso é de louvar. Jogamos mal em muitos jogos, com opções duvidosas e com resultados que nos apertou os corações. Acredito que esteja mal habituado desde que Villas-Boas passou pelo Porto e nos deixou aquele futebol bonito e atractivo, dou isso de barato, mas vencer com nervos até ao fim parece-me exacerbado para um clube como o nosso. 

Após o 1º título Vítor Pereira ganhou ego, algo que nos tramou em muitas situações. Quisemos a sua cabeça na eliminação na Champions quando entrou com um 4-4-2 disfarçado de 4-3-3 e aí temeu-se o pior. O plantel era curto e vimos Liedson e Izmailov entrar para “disfarçar”. Teorias começaram a rondar que os próprios jogadores poderiam estar em ruptura com o treinador e não se aplicavam. O ambiente sobre o treinador não era fácil, mas com maior ou menor eloquência foi desviando as possíveis balas.

No entanto (e ainda atrás do Benfica) fomos capazes de manter a luta acesa até ao dia (ou devo dizer minuto?) em que Kelvin atirou para a baliza de Artur e fez o 2-1 que nos colocou no 1º lugar. E aí surgiu o momento do campeonato: o ajoelhar de Jesus e a alegria libertada por Vítor Pereira. Ali já não estava o treinador, estava o homem, o adepto efusivo por ter chegado finalmente ao pico da montanha. 

Na Mata Real viu-se um treinador sorridente, confiante e com sentido de dever cumprido, acreditando que a vitória seria conquistada pelos seus jogadores.
Não sabemos se será o último triunfo de Vítor Pereira no FC Porto, o seu último festejo com as “nossas” cores.
Uma coisa é certa: ele venceu dois campeonatos. Mas mesmo assim penso que está na altura de mudar de ciclo, de deixar que outro tente dar outro brilho aquilo que temos mas que consiga ter o sucesso (e ainda mais) do que este senhor de Espinho nos presenteou.


Parabéns FC Porto e parabéns a Vítor Pereira.

P.S: Parabéns ao Paços de Ferreira e ao Estoril por terem conseguido a chance importantíssima de poder jogar em provas europeias, espero que consigam o melhor possível. Por fim espero que o Sporting renasça, que o próximo ano seja de maior luta por parte dos leões, a competitividade é sempre mais empolgante.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Portas em ponto de rebuçado



E depois do Primeiro-Ministro na sexta-feira eis o 2º Primeiro-Ministro de Portugal a entrar em cena. Paulo Portas decidiu aparecer após Pedro Passos Coelho ter dado a conhecer a mais recente estratégia de cortes no nosso país.

E o que disse Paulo Portas? Basicamente defendeu a sua ideologia. Prontamente decidiu focar-se no facto de apesar de estar em fase de coligação com o PSD, o CDS não se revê nos planos de austeridade apresentados.  
Sentiu-se um Portas incomodado, com vontade de abanar alguns ramos (mas sem nunca estragar o seu nó de gravata).


Deixo de seguida 2 excertos que o líder do CDS afirmou na sua intervenção:
- “Não quero deixar de abordar a medida mais problemática, a TSU dos pensionistas. O primeiro-ministro sabe que esta é a fronteira que não posso deixar passar”.
- “Perante a pressão para cortar nos salários, fui um dos que aconselharam o primeiro-ministro a reduzir a própria despesa do Estado em vez de aumentar os impostos”.
 
O que retiro daqui é um Portas que se sente mesmo em ponto de rebuçado, talvez pronto para sair do barco, sentindo-se apenas como um tripulante sem voz dentro do Governo. Comparativamente a Passos Coelho apareceu bem mais preparado, não fugiu a demonstrar o seu descontentamento (seja ou não forçado para passar uma imagem exterior positiva).

Sempre o vimos como o senhor ao lado do Primeiro-Ministro, com uma pasta “dada” para compensar o acordo para a coligação que governa o país. Mas talvez após esta aparição (e com o aparente deterioramento do Governo onde paira a saída de Gaspar) Portas pode mesmo assim dar um sinal de força, largando a personalidade de “responsável sem efeitos práticos”.
Mas mesmo assim não podemos esquecer o duro golpe que nos foi presenteado na sexta-feira. Vem aí mais complicações principalmente para quem é reformado e que já antes disto era alvo activo deste Governo. Salvadores de boca temos muitos, mas alguém com acções parece ser escasso ...