"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Crónica do leite achocolatado

E é oficial meus amigos, a vida em 2012 não será próspera. Enquanto ouvíamos Pedro Passos Coelho a ditar as medidas que serão implementadas dava a sensação que estavam a ler a sentença de um sítio que outrora foi um país. Cortes nos salários e nas pensões (de quem menos poder tem), nos feriados, mais horas de trabalho, e a implementação de uma forma mais fácil de despedir. Enquanto uns sacodem a água do capote, outros defendem que este caminho de precariedade é necessário … seja de que maneira for o próprio Passos Coelho já veio dizer que sairemos disto mais pobres. Isto será a versão Portugal 2012, tendo como extras as manifestações e o protesto.

E quando parecia que as medidas estavam a ser golpes em tudo que acreditávamos, eis que surgiu a pérola escondida: o IVA sobe em vários produtos … menos no leite achocolatado. Confesso que a criança em mim jubilou de alegria e não contive o riso. É de loucos, mas é o que se vai passar. Suponho que agora todas as crianças comecem a saborear ainda mais o pequeno-almoço antes de ir para a escola, afinal de contas estão a beber algo onde o Estado não tocou, logo é algo que os deve orgulhar. É com medidas como esta que nós vemos como o nosso país não só é original como tem também um sentido de humor fantástico. Com tanta coisa onde podiam não ter mexido, pegaram logo na mais banal …

Confesso que por momentos lembrei-me de José Sócrates (e não, não foi entre insultos). Ao menos ele lia o teleponto, sim, ok também nos mentia descaradamente, mas ao menos olhava para a frente, enquanto que Passos Coelho leu as suas cábulas como um mau aluno … assim ainda vai ficar sem cabeça Sr. Primeiro Ministro! 

Para acabar digo apenas que como qualquer português sinto-me indignado com isto, visto que como o Mundo vai acabar em 2012 não tínhamos de sofrer antecipado, acho isso de muito mau gosto. E pronto acabou mais uma crónica, agora vou comer as minhas torradas e beber o meu leite achocolatado, até à próxima!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Schon wieder da...

7

Para muitos o número perfeito...
Para mim, o número de meses de ausência, em que segundo teses, vaguiei pela Europa toda, sem esquecer países como a Albânia e o Kosovo, Moldávia e Turquia... Enfim, para meu desgosto, não andei por essas terras todas, andei por uma única, Alemanha, mas onde posso observar um pedaço cultural das outras terras, pois multiculturalidade é o que não falta e se me perguntarem se conheço mais alemães ou estrangeiros, a minha resposta é fácil...

As saudades atacam, a vontade de regressar aperta, mas a vontade de algo, que talvez ainda nem eu saiba o que é, mantem-me lá, manteve-me bem e fez com que dia 13 de Outubro estive-se a 100% no momento que entrei no voo que me trouxe de volta á minha terra...

Tudo isto apenas para dizer...
Para o bem de uns, para o mal de outros (90%)... Estou aqui de volta! ;D

terça-feira, 11 de outubro de 2011

João Jardim, obviamente “special one”

E o senhor lá ganhou (de novo) com maioria (de novo). Nem um buraco enorme nas contas, o descrédito que atirou ao continente, nem as suas ameaças de “independência” e nem tendo Coelho (o madeirense) fazendo a campanha que tanto nos faz rir … nada foi suficiente para tirar o senhor do “poleiro”.

Vamos ser francos, quem tem acompanhado a persona que é Alberto João Jardim e a maneira como gere o seu pequeno “país” sabia que podiam atirar-lhe tudo e mais alguma coisa que ele levantava-se, fazia uma analogia qualquer contra o governo e as pessoas aplaudiam… os cães ladram e a caravana passa como se costuma dizer.

Ele é uma espécie de Mourinho. Muita gente o odeia e querem vê-lo cair para lhe apontar o dedo (isto não é uma ironia ao castigo do Mourinho); no entanto ele é bom no que faz, ganha e com resultados para toda a gente ver. João Jardim é igual, o homem ouve cobras e lagartos sobre aquilo que faz e sobre a maneira como administra a Madeira, mas mesmo assim ganha, para inglória e insatisfação de muitos. Podiam dizer “sim, mas desta vez ganhou com menos de 50% …”, pois bem, também se ganha por 1-0 quando tem que ser.

Marcelo Rebelo de Sousa: “Alberto João Jardim é um vencedor amargo, um vencedor vencido";
Eu falo por mim, mas quando ganho, “amargo” e “vencido” são as ultimas sensações em que penso. Eu sei que a frase se refere ao possível descrédito que estas eleições deram a conhecer (desde o ambiente de votações até ao seu resultado), mas há que enaltecer que quem venceu já anda nisto tempo suficiente para perceber que “safou-se bem”e que quando a poeira assentou, ele ainda lidera. Moralismos não sei se entram quando falamos da Madeira.

Eu gosto de política por causa da vertente táctica. È preciso saber jogar com todas as peças e Alberto João Jardim é bom naquilo que faz, gostemos ou não. É quase certo que por vezes joga sujo (acto que eu condeno solenemente), mas a verdade é que prevalece onde está, mesmo que agora não seja tão intocável como era …